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Identidade e Alteridade: O perigo de uma história única

Foto do escritor: Beija-Flor EditorialBeija-Flor Editorial



Por Brenda Liliane


Nas sociedades democráticas a identidade, a cultura, a diversidade, a alteridade e a ética são conceitos fundamentais que devem ser dialogados entre os sujeitos que vivem em sociedade e priorizados pelas Políticas Públicas, visto que através das leis e da Constituição esses direitos devem ser respeitados.


O conceito identidade está presente no grupo em que pertencemos, os hábitos culturais, valores, tradições e costumes. Essa concepção acontece através da noção histórica do povo, ela está em constante evolução, por evoluir com a humanidade. Diferentemente do conceito identidade, a concepção alteridade está presente no grupo do outro, aquele que não pertencemos, não fazemos parte daquelas ideologias, crenças, tradições e não seguimos aqueles valores. A palavra alteridade, vem do latim “alter” e tem como significado “outro”, ou seja, o outro eu.


Por consequência da falta de ética, quando essas duas visões de um mundo interligam-se causam o choque cultural que é o sentimento de desorientação e o desrespeito pelos costumes do outro. O choque cultural pode acontecer de forma mútua, visto que cada grupo social tem a sua identidade e a sua ideologia. O ideal seria através do respeito e da ética todos viverem de maneira pacífica, respeitando as diferenças e as diversidades dos povos, mas em certos casos as diferenças geram conflitos e às vezes guerras. A relação dos dois conceitos impulsiona a concretização do conceito diversidade que é um termo que abrange vários conceitos de múltiplos aspectos representando as diferenças e instigando a pluralidade.


O ser humano tem medo do desconhecido, a mudança é algo que gera desconfiança, pelo fato de muitos não terem a curiosidade de estudar sobre a cultura do outro, os pré-conceitos tornam-se cada vez mais presentes no cotidiano dos indivíduos. Os meios de comunicação pautam assuntos que vão trazer um retorno positivo para os veículos. Notícias relacionadas à violência dão audiência e a probabilidade do leitor, telespectador, ouvinte comentar sobre a notícia horrenda, melodramática, que conseguiu provocar emoções em seu corpo, é maior que uma notícia positiva, alegre que não tivesse a presença do sensacionalismo em sua

narrativa.


É importante destacar que os meios de comunicação devem cobrir a violência, sem apelar ao sensacionalismo e mostrar o recorte da realidade, mas é importante frisar que o jornalismo deve cobrir outras pautas, contribuindo para o fortalecimento da diversidade e do pluralismo. É comum encontrarmos notícias negativas sobre outros países, e quando as pessoas desses outros países vêm para o nosso país, acontece a xenofobia. Visto que, quando a mídia mostra somente notícias relacionadas à violência, o país torna-se a representação do conteúdo apresentado.


Portanto, para ser realizada a verdadeira sociedade democrática, é necessário quebrar esses pré-conceitos e é através da informação e do estudo sobre a cultura e os valores do outro, que essas barreiras serão quebradas. Vivemos em um mundo onde os estereótipos conseguem influenciar os sujeitos que vivem em sociedade. Para que eles sejam deixados para trás é preciso mudar as formas de comunicação, ou seja, é necessário que os indivíduos, o Estado e as autoridades mudem a sua forma de imaginar o outro e usem a ética como linguagem, pois sem a ética não existe humanidade.

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