Por Jussara Freitas
O termo Turnover é bastante comum no mundo dos recursos humanos e se refere à taxa de rotatividade de funcionários em uma empresa. Em outras palavras, é a medida que indica quantos colaboradores entram e saem da organização em um determinado período. Embora o conceito de rotatividade possa parecer simples, a interpretação e as causas por trás dela são mais complexas e podem variar conforme o tipo de negócio e com as estratégias adotadas.
A rotatividade pode ser vista de diferentes maneiras. Por um lado, ela pode ser encarada como algo natural, refletindo a dinâmica de um mercado de trabalho onde novos profissionais entram e saem constantemente. Por outro lado, quando a taxa de turnover é elevada, pode ser sinal de que há algo que não está funcionando corretamente na organização.
Em qualquer setor, a saída de colaboradores pode ser um reflexo da movimentação do mercado de trabalho. Profissionais em busca de novos desafios, mudanças de carreira ou oportunidades mais alinhadas com seus objetivos pessoais podem ser fatores que contribuem para o turnover. Nesse caso, a rotatividade é vista como algo saudável e esperado. Isso é especialmente comum em empresas com posições temporárias ou funções que exigem especializações de curto prazo, como em alguns setores da indústria ou no comércio de varejo.
Outro exemplo de turnover natural é o que ocorre durante períodos de expansão ou reestruturação empresarial. Quando a empresa cresce ou altera sua estratégia, é normal ocorrerem ajustes em suas equipes. Nessas situações, a rotatividade pode ser uma consequência natural do processo de adaptação ao novo cenário.
Porém, nem todo turnover é positivo. Se a taxa de rotatividade for excessiva, isso pode ser indicativo de problemas mais profundos, como a falta de engajamento, satisfação ou motivação dos colaboradores. Em ambientes industriais, por exemplo, onde a função de cada trabalhador é bem definida e desempenha papel essencial, a alta rotatividade pode afetar diretamente a produtividade e a qualidade do trabalho.
Além disso, um turnover elevado pode estar relacionado a problemas de liderança ou falta de um bom plano de desenvolvimento na empresa. Funcionários que não enxergam oportunidades de crescimento ou que não se sentem valorizados podem deixar o ambiente organizacional em busca de lugares onde percebam mais valorização ou desafios. Isso é um reflexo claro de falhas na gestão de pessoas.
A chave para entender se a rotatividade é um problema ou um processo natural está na análise detalhada do perfil dos colaboradores que estão saindo. Perguntar-se: Qual o perfil das pessoas que estão deixando a empresa? Estão saindo por razões pessoais, por fatores ligados ao ambiente de trabalho ou estão sendo desligadas pela própria organização? Análises de feedback de desligamento e pesquisas de clima organizacional são instrumentos eficazes para entender as causas dessas saídas, seja por iniciativa dos colaboradores ou da empresa.
Uma rotatividade que afeta cargos de alto desempenho ou funcionários-chave pode ser mais preocupante e exigir uma resposta rápida, pois esses profissionais são essenciais para o bom funcionamento e o sucesso de qualquer organização. O ideal é que a empresa tenha um olhar atento sobre a retenção de talentos críticos, principalmente em períodos de crise ou instabilidade econômica.
O turnover é um fenômeno multifacetado que pode tanto ser uma parte saudável do funcionamento de uma empresa quanto um reflexo de questões mais profundas que necessitam de atenção. Entender quando ele é natural e quando se torna problemático é essencial para que o RH tome as decisões corretas e implemente estratégias adequadas de retenção, motivação e desenvolvimento. O objetivo é reduzir a rotatividade, entendendo suas causas e buscando soluções que promovam um ambiente mais saudável.