top of page
Foto do escritorBeija-Flor Editorial

A superlotação dos Prontos Socorros

Atualizado: 20 de jun.




Por Júlia Morão


A superlotação dos Prontos Socorros tem sido um cenário frequente e facilmente perceptível na maioria dos hospitais. E um dos muitos fatores contribuintes para esta situação é a desinformação da população sobre as redes de apoio do SUS: Para onde ir? Quando buscar ao Pronto Socorro? Qual atendimento procurar?


Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 85% dos problemas de saúde podem se resolvidos sem a necessidade de ir a um serviço de Pronto Socorro. Ainda assim, a maior parte da população recorre à emergência hospitalar como a primeira opção. 

Bom, então vamos entender melhor isso? De maneira bem simplificada, o SUS oferece dois pontos de acolhimento imediato: os Prontos Socorros/ Pronto Atendimento e as Unidades Básicas de Saúde. 


O primeiro é destinado aos casos agudos(ou seja, alterações de saúde que se iniciaram e/ou agravaram nos últimos dias) ou situações que colocam o indivíduo em risco iminente e precisam de auxílio imediato - chamados de Urgência e Emergência. Lá, a visão do profissional é direcionada pelos sinais que colocam o indivíduo em risco e procura-se pela estabilização imediata do caso, manejo dos sintomas agudos e retirada do paciente das ‘zonas de risco’; para que assim, possa ser acompanhado no segundo local: os Postos de saúde. Devido à, esse manejo mais simplificado e maior rotatividade de atendimentos, esse ambiente utiliza dos exames de sangue, urina e imagem, apenas em casos mais graves ou que necessitam de internação. 


Após esta estabilização inicial ou em casos mais amenos, ou brandos, a dinâmica do SUS oferece os Postos de Saúde da Atenção Primária.   Lá o paciente consegue realizar consultas de rotina, acompanhamento de doenças crônicas (Hipertensão, diabete, doenças da tireoide…) ou acompanhamento de quadros que já se arrastam há mais tempo (meses, por exemplo). Além dê o caminho indicado para quadros de sintomas leves, como: síndromes gripais, conjuntivites, vômitos/diarreia ou acompanhamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). E é lá que se consegue realizar rastreios de maior complexidade e direcionamento para médicos especialistas, a depender do caso; além de um cuidado continuado e integral do indivíduo. Dessa forma, Atenção Primária deve ser a porta de entrada preferencial. É o local que assume a maior responsabilidade na ordenação do acesso e coordenação de cuidado do usuário de seu território, uma vez que consegue organizar a hierarquia de complexidade dos casos e seus respectivos locais de manejo, por ter como foco a pessoa como um todo.


O objeto dessa logística de divisão dos serviços é, justamente, conseguir hierarquizar os casos que necessitam de manejo mais urgente e os quais precisam de maior complexidade de acompanhamento. Para que, assim, a saúde pública consiga ter a visão do indivíduo com um todo e ter seu cuidado de forma integral e continuada. 

1 visualização
bottom of page