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Foto do escritorBeija-Flor Editorial

Conselhos do desbravamento interno




Por Augusto Rossini


Se você se sente preparado para se colocar numa profunda prática de autoconhecimento e estudo de si, saiba de uma coisa antes: não tem volta como também não tem fim. Significa também que todas as suas emoções ficam à flor da pele a cada passo dado. Tenha cuidado também com sua moderação, pois todos os prazeres que você já evitou passam por um processo de necessidade e desejo muito fortes. Sinceramente, nunca li nenhum mestre falando sobre esse ponto. Confesso que também pode ser por inexperiência minha não ter acessado a alguma obra que toque nesse ponto, mas tenho toda a convicção e senso de justiça que todo aspirante da senda da iluminação interna precisa ter a plena consciência disso.


É verdade que, quando se aprende a respirar e concentrar profundamente, também se aprende a legitimar suas próprias dores. Até porque, primeiro se aceita para depois se perdoar. Isso acontece em diversos departamentos do seu pensamento e áreas da sua vida. Todo o íntimo é visualizado e nisso não se deve temer ou ter uma expectativa pacífico-marcial sobre a resolução imediata daquilo que te afasta da profunda paz. É justamente adentrando nesse território de intensidades que se chega a um estado pleno de paz. Como diz um ditado alquímico: para que os galhos de sua árvore chegue aos céus, suas raízes devem partir do profundo inferno. Mas não se assuste, pois a ideia é de aceitar e se amar ao ponto de tolerar os seus problemas e os seus erros.


Uma dúvida que, possivelmente, vem a todos vocês: meditar é um trabalho? Se eu já trabalho com tanta coisa, sustento casa e família, como vou arrumar mais um trabalho para a minha vida? Respondo que meditar não é um trabalho. O que é um trabalho é o autoconhecimento aprendido na meditação e sua forma de se aplicar, testar e aprender na vida. E digo mais: se nem tudo são flores, por que a meditação seria? Se em algum momento da sua vida você foi impedido(-a) de fazer alguma coisa por conta de algum gatilho emocional (que pode ter sido apenas uma emoção ou pensamento, ou que foi convertido a gravidade de uma doença), por que o autoconhecimento seria um problema (enquanto gatilho) se ele te conduz a entender e reagir de um modo pacífico a tudo que você considera como problema? É comprovado cientificamente que a meditação contribui para a saúde do seu sistema imunológico e fortalece os seus anticorpos, podendo prevenir suas gripes e febres mensais. Portanto, não há o que temer. Logo, um bom início para uma boa prática é a filosofia da aceitação. Como você regia aceitando uma situação difícil, como reage, e como pode passar a reagir de modo que isso te ajude e faça bem para a sua prática de paz em corpo e mente? Reflita isso de modo que sua conclusão te ajude a perdoar o seu passado e aceitar os erros que você já cometeu. Essa prática não te torna melhor do que ninguém, e nem melhor do que você mesmo(-a). Mas te deixa mais consciente e pacífico(-a) em relação ao passado, presente e futuro.


Como falei nos textos anteriores e reforço aqui, se você se sente muito cansado e sobrecarregado no momento da meditação, descanse e deixe para depois. Não torne um processo saudável e pacífico uma violência contra o seu próprio ritmo. Nem sempre a gente consegue, e nisso também se deve o perdão ou o extravasar de uma emoção mais latente para que se acalme. Se não for agora o seu início, não tenha pressa. E se não for nunca uma opção, assim reflito: a meditação foi feita para todos, mas nem todos foram feitos para a meditação. Nisso se deve o seu respeito. Como sabemos que na meditação se busca o amor-próprio, então que respeitemos nossos dogmas, crenças e preceitos antes de qualquer coisa. Pois a meditação é o inverso da imposição. 


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