Desvendando o Financiamento Imobiliário: tudo o que você precisa saber para realizar o sonho da casa própria.
- Beija-Flor Editorial
- 17 de mai.
- 4 min de leitura

Por Glaucia Torres
Para muitas pessoas, comprar um imóvel é mais do que um investimento, é a realização de um sonho. No entanto, o caminho até a casa própria pode ser cheio de desafios, especialmente quando o financiamento bancário se torna a única opção viável. Se você já se perguntou como funciona a aprovação do crédito, qual a melhor modalidade ou quais custos estão envolvidos, precisa ler este artigo. Vamos descomplicar o financiamento imobiliário e ajudar você a tomar decisões mais assertivas.
Um financiamento imobiliário nada mais é do que um empréstimo concedido por uma instituição financeira para a compra de um imóvel. O valor é pago em parcelas mensais, que incluem juros e correção monetária, ao longo de um prazo que pode chegar a 35 anos. Durante esse período, o imóvel permanece alienado ao banco como garantia até que a dívida seja quitada. Para obter o crédito, a situação financeira do solicitante é analisada detalhadamente, avaliando fatores como renda mensal, histórico de crédito, score financeiro e o percentual da renda comprometido com outras dívidas. Além disso, a parcela do financiamento não pode ultrapassar 30% da renda bruta declarada, o que reforça a importância de um bom planejamento.
No Brasil, existem dois principais sistemas de financiamento: o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). O SFH é regulamentado pelo governo e oferece condições mais controladas, com taxas de juros limitadas a 12% ao ano e um valor máximo de R$ 1,5 milhão. Uma das grandes vantagens desse sistema é a possibilidade de utilizar o FGTS para abater parte do saldo devedor, o que pode representar um alívio significativo para o orçamento de quem está pleiteando o empréstimo. Já o SFI é mais flexível, com condições negociadas diretamente entre o banco e o cliente. Nesse caso, não há limites de valor para o imóvel, e as taxas de juros variam conforme o perfil do comprador, sendo uma modalidade mais comum para imóveis comerciais ou de alto padrão.
Uma das dúvidas mais frequentes é se é possível financiar 100% do valor do imóvel. Geralmente, os bancos financiam até 80%, exigindo que o comprador tenha pelo menos 20% disponíveis para a entrada. Esse percentual pode variar dependendo do perfil do cliente e das políticas da instituição financeira. Para autônomos e profissionais liberais, que não possuem renda fixa, a comprovação de renda pode ser feita por meio da declaração do Imposto de Renda, extratos bancários e contratos de prestação de serviços.
Além das parcelas mensais, é importante que o comprador se prepare para custos adicionais, como o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que pode chegar a 3% do valor do imóvel. Há também despesas com taxas cartorárias, que incluem custos de registro e escrituração do imóvel, além da avaliação técnica realizada pelo banco. Outro gasto a ser considerado são os seguros obrigatórios, como o Seguro de Morte e Invalidez Permanente (MIP), que garante a quitação do saldo devedor em caso de falecimento ou invalidez do comprador, e o Seguro de Danos Físicos ao Imóvel (DFI), que protege contra riscos como incêndios, desmoronamentos e outras ocorrências estruturais. Esses custos, muitas vezes subestimados, podem impactar significativamente o orçamento, por isso é essencial que sejam incluídos no planejamento desde o início.
A correção monetária é outra questão que costuma gerar dúvidas. Durante a fase de construção do imóvel, o saldo devedor pode ser reajustado pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que reflete a variação dos preços de materiais e mão de obra na construção civil. Após a entrega do imóvel, o saldo pode ser atualizado pela Taxa Referencial (TR) ou pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dependendo das condições estabelecidas no contrato. Esse detalhe pode influenciar significativamente o valor final do financiamento, por isso é fundamental que o comprador entenda como funciona a correção antes de assumir um compromisso, especialmente no caso de imóveis na planta.
Caso o comprador tenha recursos disponíveis, também é possível antecipar parcelas ou amortizar parte do saldo devedor, reduzindo os juros pagos
ao longo do tempo. As modalidades mais comuns de amortização são o Sistema de Amortização Constante (SAC), em que as parcelas começam mais altas e diminuem ao longo do tempo, e a Tabela Price, onde as parcelas são fixas, mas a proporção de juros e amortização varia no decorrer do contrato. Ambas têm suas vantagens, e a escolha depende do perfil financeiro e dos objetivos de cada comprador.
No entanto, é importante estar ciente dos riscos envolvidos. A inadimplência pode resultar em multas, juros e, em casos extremos, na perda do imóvel, que pode ser levado a leilão pela instituição financeira. Por isso, é fundamental que o comprador tenha um planejamento sólido antes de assumir esse compromisso. Avaliar a capacidade de pagamento, considerar possíveis imprevistos e garantir que as parcelas caibam no orçamento são passos essenciais para evitar surpresas desagradáveis ao longo prazo.
Inicialmente, o financiamento imobiliário pode parecer um desafio cheio de detalhes e números, mas, com as informações certas, ele se transforma em uma ferramenta poderosa para transformar o sonho da casa própria em realidade. Antes de assinar qualquer contrato, dedique um tempo para pesquisar taxas, comparar as modalidades disponíveis e, principalmente, garantir que as condições oferecidas estejam alinhadas com a sua realidade financeira. Cada decisão bem planejada é um passo a mais para abrir as portas do seu novo lar. Boa sorte nessa jornada