Por Lucicleide Santos
Falar sobre educação requer pensar sobre várias vertentes sociais, macro e micro, faz-se necessário também refletir sobre a atuação docente frente a essa área tão relevante mundialmente. Por isso, ao autodeclarar-me educadora de base freiriana, sinto a necessidade de expor algumas reflexões voltadas a educação básica, bem como o papel do/a educador/a face ao contexto educativo.
Historicamente, profissionais da educação, especialmente da educação básica, são desvalorizados social e politicamente. Existe uma alienação quanto a importância do trabalho desempenhado por esse profissional perante um ensino que constitucionalmente deve ser para todos e eticamente de qualidade, portanto nos cabe ainda refletir sobre qual educação queremos e que tipo de profissionais somos.
Questionar nossa prática numa perspectiva de ação – reflexão – ação, como nos orientou Freire (1987). Remete pensar em quais cidadãos estamos efetivamente formando, no tocante ao ensino básico, ser considerado o pilar da formação humana. É na educação básica que muitas crianças, jovens, adultos e idosos compreendem que são seres políticos e com direitos, logo é a partir de uma atuação docente significativa que formamos cidadãos/as, eticamente críticos.
Nessa direção, devemos pensar por quais motivos a desvalorização do/a educador/a perpetua-se diante da inegável relevância social e política desses profissionais. É possível que por meio de um ensino provocativo crianças e estudantes de modo geral, compreendam suas realidades socioeconômicas e consequentemente suas origens, tal entendimento dará ao sujeito, e aqui volto-me ao (jovem, adulto e idoso) a chance de buscar superação das possíveis problemáticas encontradas em seus cotidianos.
Para tanto, é fundamental compreendermos que não é por um acaso que acontece a desvalorização do profissional da educação, percebe-se a permanência de uma hegemonia que rege o meio educativo, que a depender da conjuntura política vigente expande-se gradualmente, sendo explicitamente imposta. Portanto, é de suma importância que enquanto educadores/as, desenvolvemos ações educativas conscientizadoras, contra hegemônica, mesmo diante da perene desvalorização sociopolítico.