Por Augusto Rossini
Autoconhecer-se dói e dá trabalho. Apesar da meditação abrandar esse sofrimento através da libertação e da compreensão, tudo depende da forma como enxergamos as nossas experiências internas e o modo como elas se relacionam com as externas. E nada disso vai para frente se você não tem uma filosofia para se apoiar. Não precisa ser dogmático ou entregar-se a um estilo de vida completamente diferente só porque começou uma prática nova. Mas sim, buscar o básico. Não tem referências? Um bom Google acompanhado de paciência e orientação podem te ajudar nessa jornada. Posso também citar algumas fontes. E se você não tiver nenhum tempo para ler? Alguns aplicativos como o Medita BK disponibilizam frases diárias que contribuem na formação de uma conduta para meditar.
Existem alguns cursos por aí (gratuitos ou pagos) que também podem valer a pena (alguns até livres, EaD…). Talvez, algumas coisas mais avulsas no Instagram também fornecem alguma base (apesar de que nem todas são tão confiáveis). O mais certo, dentre todos esses casos, é você conversar com algum conhecido seu que entenda um pouco sobre esses assuntos. Mas, independente de como você quer chegar a uma prática diária de bem-estar e autoconhecimento, você só descobre como é quando tenta.
A meditação em si é uma técnica muito antiga que possui os seus primórdios na Índia. É ótimo, a princípio, entender a filosofia dessa terra. Tais como textos budistas, hinduístas, iogues e tântricos. Cada uma dessas filosofias possuem diversas vertentes e modos de interpretação de sua doutrina (na própria Índia e principalmente pela Ásia Oriental). Só não se esqueça de sempre respirar fundo e não esperar apenas por resultados mentais para o seu ganho de consciência. Cada aprendizado é somado e não implica em descartar os demais. A meditação, para pessoas super ocupadas, pode funcionar como um relógio. Onde se você não conseguir tempo para meditar, significa que precisa rever a sua agenda. Porque é provável que não tenha tempo para mais nada. E se tiver, pode desencadear em vícios emocionais. Estamos tão acostumados que isso pode não fazer nenhuma diferença em nossas vidas. E tudo isso realmente faz sentido pra você?
Se sim, esse é o significado de meditar. É um propósito leve e significativo que se coloca em sua vida. Aonde você quer chegar com isso? Pergunta retórica para respostas reflexivas. Não se limita apenas em ficar em paz e diminuir o estresse. Claro que isso é uma consequência e seu ideal pode ir além. Mas se trata de uma profunda realização íntima. Indo mais a fundo, pode significar o autocontrole, compaixão, paciência e o alcance de alguma virtude. Seu propósito muda com o tempo e você precisa acompanhá-lo. Por exemplo: um dos meus primeiros propósitos na meditação foi cultivar o silêncio da alma. No meio de tantos hiper estímulos e em meu processo de ansiedade latente, busquei esse propósito (e busco até hoje).
No seu caso e no de vários outros, pode ser algo mais simples. Como perdoar alguém ou ser mais transigente com alguma situação. Por esse motivo que é tão importante respirar fundo. Sem precisar esquecer seu rancor, mas tratá-lo com afeição por que ele é uma parte de você. Acabou? Ainda não. Da mesma compaixão que você tratou uma situação desconfortável, você passa a trazer esse mesmo sentimento para diferentes situações e aspectos da sua vida. E, da mesma maneira, você passa a respeitar os momentos em que não pode aceitar essa compaixão e chega a ter compaixão pela sua ausência de compaixão. Se nada disso ainda não fez sentido, tire um tempo do seu descanso para se desligar. Respire fundo. Conte até 4 para inspirar, 4 para segurar e 4 para soltar. Faça no seu ritmo. Anote suas reflexões e aquilo que deseja melhorar. Volte e repita isso 5 vezes. Depois, sinta o resultado. E se quiser, sinta à vontade para compartilhar suas experiências.
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